Atégina


Atégina ou Ataegina é a deusa do renascimento (Primavera), fertilidade, natureza e cura na mitologia lusitana. Viam-na como a deusa lusitana da Lua. O nome Ataegina é originário do celta Ate e do grego antigo Gena, que significaria "renascimento". Ataecina, Ataegina ou Dea Sancta, são os nomes mais comuns desta divindade.

O animal consagrado a Atégina é o bode ou a cabra. Ela tem um culto em que alguém invocava a deusa para curar alguém, ou até mesmo para lançar uma maldição que poderia ir de pequenas pragas à morte. também se relaciona com a produção salineira, pois é encontrada relacionada com esta produções, em locais como Alcácer do Sal e em Esposende.

Atégina era venerada na Lusitânia e na Bética, existindo santuários dedicados a esta deusa em Elvas (Portugal), e Mérida e Cáceres na Estremadura espanhola, além de outros locais, especialmente perto do Rio Guadiana. Ela é também uma das principais deusas veneradas em locais como Myrtilis (Mértola dos dias de hoje), Pax Julia (Beja), ambas cidades em Portugal, e especialmente venerada na cidade de Turobriga, cuja localização é desconhecida. A região era conhecida como a Baeturia celta. No monte de S. Lourenço (Castro de S. Lourenço, Esposende - Braga) foi encontrada uma ada dedicada a Dea Sancta, e está, em princípio, relacionada com o culto ao sal à semelhança de outra inscrição, encontrada em Cáceres (Espanha).

De acordo com Juan Manuel Abascal Palazón, Ataecina é uma divindade celta, um dos muitos deuses que integram o panteão pré-romano, que manteve o seu culto densamente ativo durante o Principado. Assumindo conotações locais com a adoção de epítetos, a sua popularidade seria sustentada pela frequente abreviatura do seu nome.

Assim, Ataecina é invocada por vezes como dea e como domina: d(ea) d(omina) s(ancta), denominação que não é exclusiva desta divindade.

A cronologia dos testemunhos cultuais relativos a esta divindade, permite supor a sua vigência durante os três primeiros séculos do Principado. Se bem que algumas epígrafes ofereçam sérias dificuldades de datação, outras podem ser facilmente adscritas ao século I d. C. As cronologias mais recentes serão provavelmente oriundas das epígrafes encontradas em Alcuéscar, que poderão atingir os primeiros anos do século III d.C.

Relativamente ao número de exemplares dedicados a Ataecina inventariados na Península Ibérica, este ascende atualmente os 36, dos quais 15 são provenientes de Santa Lucía del Trampal (Cáceres).

Existem diversas inscrições que relacionam esta deusa com Proserpina: 

ATAEGINA TURIBRIGENSIS PROSERPINA 

Esta relação aconteceu durante o período romano.

Muitas vezes é representada com um ramo de cipreste.

De acordo com Teófilo Braga, na sua obra etnográfica «Costumes, Crenças e Tradições», foram encontradas em Vila Viçosa inscrições alusivas a invocações a Ataecina de orações para ajudar a encontrar objetos roubados.


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