Trasgo


Um trasgo é um ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da região de Trás-os-Montes. Rebeldes e de pequena estatura, os trasgos usam gorros vermelhos e possuem poderes sobrenaturais.

Aparentados com os trasnos galegos, os trasgus asturianos, os duendes castelhanos e os follets e donyets catalães, os trasgos pregam partidas e fazem maldades: partem louça, quebram vidros, arrastam móveis, espalham a fruta, mudam os objetos de lugar. Tal como o zanganito e o fradinho da mão furada, o trasgo é um ser sobrenatural que se parece com um ser humano de baixa estatura e que faz travessuras, principalmente de noite e dentro das casas das pessoas.

Segundo as antigas crenças, os trasgos são pequenas “almas penadas”, crianças que não foram batizadas e voltam para pregar partidas. Por este motivo, "trasgo" pode também significar: aparição fantástica, espírito, diabrete, génio, duende e, em sentido figurado, pessoa traquinas.

No concelho de Vimioso, ainda há ruínas de um velho “moinho dos trasgos”. Os trasgos são por vezes confundidos com os tardos.

Segundo Alexandre Parafita tais criaturas, “pela sua descrição, parecem corresponder aos famosos duendes, gnomos ou elfos da mitologia dos países nórdicos”, porém, “ao contrário destes, os trasgos são praticamente desconhecidos nas sociedades modernas, ditas civilizadas, porquanto a sua sobrevivência está circunscrita a uma cultura popular estritamente oral, que sempre foi subalternizada pelas sociedades mediáticas”.


Etimologia

Uma possível origem do nome "trasgo" pode ser encontrada em uma das cartas que compõem o "Epistolario do P. Sarmiento". Traduzindo livremente da língua espanhola, o texto diz:

"A palavra cocotriz já significava crocodilo na língua castelhana. Assim, essa figura serpentina foi chamada na Galiza de Coca e em Castela Tarasco ou Tarasca. Aqui se fez a origem do vocábulo trasgo para significar o duende que se acredita ser o diabo quando está em festas. Da palavra tarasco, que teve suprimida a vogal, se fez trasco e então trasgo. Aposto que nenhum dos infinitos visitantes da tarasca pensou em averiguar sua genealogia. Carta 159, 1760, 6 de junho."


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